Fim da manhã: dois senhores idosos falavam do Cais do Pico e da Madalena (nem uma palavra sobre as Lajes…). Para estes senhores, nada estava bem. Um até disse que no Cais do Pico peixe fresco só “pela hora da morte, imagine o amigo que, no outro dia, por 435 gramas de abrótea fresca e arranjada, paguei 21 euros: fiz as contas e deu mais de 8 contos o quilo!” Maleita de portugueses (e não só…), este de dizer mal de tudo e de nada, especialmente da terra onde nasceram…
As câmaras municipais – as nossas, de pequena dimensão, não as “glutonas de outros sítios… – não têm capacidade para acorrer a tudo. Para que os concelhos da ilha – a paisagem natural e construída – se desenvolvam como todos desejamos, é imperativo que todos colaborem. Que todos contribuamos com a nossa pequena parte.
O concelho das Lajes do Pico está a desenvolver muito trabalho para conquistar um lugar de relevo no turismo regional – e até um pouco mais longe. Câmara e privados trabalham nesse sentido. Da nossa parte, simples munícipes, impõe-se uma atitude positiva, construtiva. Lembremo-nos disto: quando um de nós vai de visita, de férias ou em trabalho, a um local que não conhece, repara mais no que vê, desde a limpeza das ruas ao acolhimento das pessoas, passando pelos locais de comércio e cultura e lazer. Se a nossa impressão é positiva, passamos essa ideia aos nossos amigos e familiares e, se possível, procuramos lá voltar. Cada um de nós é o melhor propagandeador de um sítio que se visita. Mas, o contrário também é verdadeiro: nada pior para o turismo de qualquer sítio se as impressões que se levam daí são negativas. Dito isto, propomos que todos nós pensemos naquilo que fazemos ou não fazemos em prol de um concelho mais limpo, melhor arrumado, mais acolhedor; o que fazemos ou não fazemos para que o concelho tenha mais oferta de comércio, de produtos turísticos, etc. Propomos esta reflexão. Não precisa de ser “blogada”, basta que cada um de nós a faça em consciência.
terça-feira, outubro 10, 2006
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4 comentários:
Penso que a questão levantada é crucial.
De há muito que acredito que o desenvolvimento de uma localidade, Concelho ou o que quer que seja, depende, em primeiro lugar, da vontade dos seus habitantes. Da sua mobilização, do seu querer. Baseado tudo isto numa atitude positiva. Mas não tenhamos ilusões, estamos a falar de um problema essencialmente político, que conduz invariavelmente à seguinte situação: ou os partidos maioritários se entendem, ou caso contrário torna-se muito complicado, principalmente em meios pequenos. Os cidadãos são representados pelos seus eleitos, e podem ainda participar nas Assembleias abertas ao público. Mas é sabido que poucos o fazem. E acrescente-se que nem sempre o Poder o exerce bem, nem a Oposição assume o estatuto que devia, o que piora as dificuldades.
Como não vivo nas Lajes, não tenho o direito de opinar sobre a realidade concreta, mas evidentemente que tenho a minha perspectiva, que julgo fundamentada.
Sem ir por aí, e colocando-me na posição de mero turista (ainda que não me considere apenas isso), direi que a beleza das Lajes é tal, que o turista esquecerá certamente muitas carências e alguns maus serviços, relegando esses aspectos para plano secundário. Acredito que nenhum visitante parta com má impressão, dado que a mãe Natureza abençoou a Vila. Ainda bem!
porque de facto, meus amigos, é necessária mais limpeza, melhor arrumação, melhor acolhimento, mais oferta de comércio, mais produtos turísticos. Tocaram nas teclas certas. Talvez acrescentasse maior capacidade hoteleira, melhor parque de estacionamento de viaturas e um pouco mais de civismo.
Mas tudo isto e muito mais não deve ficar só na consciência de cada um, bem pelo contrário, deve ser posto em cima da mesa e discutido ampla e civilizadamente por todos. Para evitar que os dois idosos senhores, a exemplo da maioria de população, fale entre-dentes o que deveria ser debatido em voz alta.
Quando isso não acontece, uma de duas: ou o Poder é autista, ou a Oposição incapaz. Ou ambas.
Sei que não é o caso das Lajes.
Por isso entendo a importância deste tema, esperando que ele não passe, uma vez mais, de um puro exercicío de retórica.
As grandes questões têm de ser trabalhadas por todos. Tenho tentado dar o meu modesto contributo no meu blog, lançando o tema da "Semana dos Baleeiros". Confesso que a participação me tem decepcionado, o que me inquieta, por ser um sinal nada positivo.
Amigo José Augusto: antes de mais, agradecemos o seu contributo.
A nossa democracia à partida não exclui ninguém da participação. E esta, como sabemos, não é apenas a da expressão de opiniões, mas, também e de forma importante, a dos actos. Nas Lajes, por parte dos cidadãos, esta participação fica aquém do desejável. Um exemplo, entre muios possíveis: sabe com que verba participa um dos maiores empresários do Concelho no apoio à Semana dos Baleeiros? Aceitam-e apostas...
E, já agora, como se explica a fraca participação no seu blogue (e noutros que não são de energúmenos mal educados e fascistóides)?
É preciso ter a coragem de olhar de frente a nossa história - antiga e recente!
"Orgulhosamente sós", não, obrigada!
Olá amigos
Agradeço os comentários.
Compreendo que o mais importante são os actos, não apenas palavras.
Se a participação é fraca, há que fazer um esforço por congregar vontades, juntar as pessoas, não em grandes assembleias, mas em grupos pequenos em que seja mais fácil exprimir uma opinião, traçar um plano de acção. E iniciativas deste género podem, e se calhar devem, partir da vontade de grupos de cidadãos, e não esperar, como sempre acontece no nosso país, que as coisas apareçam feitas pelo Poder. Quero crer que é bem mais viável fazer isso nas Lajes do que numa grande metrópole.
Não faço ideia qual o montante da participação do referido empresário para a "Semana", mas deduzo que vai do zero ao risível. Aliás, percebi isso nas palavras de Sara Santos,na sessão de abertura da festa. A questão que coloco é se previamente foi feita alguma acção de sensibilização de todo o Comércio. Se foi mostrado a todos e a cada um quanto beneficiariam com um maior investimento. Parece-me que com tempo, esse aspecto ficaria salvaguardado. Mas insisto, estou em Lisboa...e portanto longe do dia-a-dia da Vila.
Quanto ao meu blog, lá continuará a ser escrito aquilo que entendo como contribuição modesta para esta e outras discussões. Julgo que as sementes, por mais insignificantes que possam parecer, são sempre "abanões" no marasmo, e futuros frutos que outra geração poderá colher. Acredito no diálogo,melhor forma de ignorar acéfalos e indigentes mentais. Os "energúmenos mal educados" derrotam-se com boa educação. E desprezo.
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