Ultimato tardio
O ‘caso Independente’ é um insulto não só à palavra universidade mas também ao Ministério da tutela |
Tal como se previa desde o início, pelo perfil que os principais protagonistas apresentavam, a novela da Universidade Independente acabará onde era mais natural que acabasse: na cadeia. Isto significa que a polícia e os tribunais estão a cumprir o seu papel. Pois se os próprios envolvidos na disputa se acusam uns aos outros de ladrões e vigaristas, impõe-se que quem de direito investigue e comprove se falam verdade.
Pelos vistos, sim, falam verdade. Espera-se que um dia se saiba a história toda para percebermos se e como é que uma instituição que leva o nobre nome de universidade pode sustentar negócios sujos sem que o Estado dê por isso. E quais os negócios sujos que fazia - se apenas a montante do seu objecto declarado, que é ministrar cursos superiores, ou no próprio exercício dessa missão. As falcatruas de que houve notícia esta semana, com denúncias de assinaturas falsas e de ‘solicitadores’ promovidos, fazem temer o pior.
O espectáculo degradante que nos tem sido oferecido é um insulto à própria palavra universidade. Mas não só. É também um insulto ao Ministério da tutela, ao actual e aos anteriores, pois um ‘monstro’ daquele gabarito não nasce de um dia para o outro. Alguém já devia ter visto o que por lá se passava, pois é para isso que existe a tutela. E depois de o escândalo ter rebentado, o ministro andou devagar, tendo em conta a gravidade do caso. Agora que fez um ultimato, impõe-se que Mariano Gago seja firme e rigoroso na clarificação da situação. E que quem é responsável por essa mesma situação se responsabilize também pelo destino dos alunos.
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