Viola d'África
amigo a tua viola é o que resta
das papoilas e das rosas dum país
enches as noites africanas com acordes
de cravos e de cardos e lentamente uma serpente
de saudade
vai-te cercando o corpo
lentamente.
percorres a tua escala de ausência
na melodia em tom menor
com que se escrevem temas de exílio
solidão cansaço.
e o teu canto é um uivo agourento
e branco
atirado à lua
sob este céu que não foi nunca de Janeiro.
Urbano Bettencourt, in Marinheiro com residência fixaamigo a tua viola é o que resta
das papoilas e das rosas dum país
enches as noites africanas com acordes
de cravos e de cardos e lentamente uma serpente
de saudade
vai-te cercando o corpo
lentamente.
percorres a tua escala de ausência
na melodia em tom menor
com que se escrevem temas de exílio
solidão cansaço.
e o teu canto é um uivo agourento
e branco
atirado à lua
sob este céu que não foi nunca de Janeiro.
Caros conterrâneos-em-blogue,
Surpreendido e agradecido com a publicação do meu texto em Outubro (e que só agora descobri, ao mesmo tempo que o vosso blogue, que tenho andado a consultar).
Gostaria, porém, de chamar a atenção e pedir que, se possível, corrigissem um lapso na segunda estrofe: onde está "Vai-se cercando" deveria estar "Vai-te cercando", que é a construção que faz sentido ali. O lapso vem, creio eu, desde a Antologia organizada por Ruy Galvão de Carvalho e tem-se multiplicado, biblicamente; mas se formos quebrando a cadeia (o Luís Bettencourt já o fez na Praia da Vitória), pode ser que um dia se consiga encontrar só a versão correcta.
Cumprimentos e votos de continuação
Urbano Bettencourt
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